Maria da Graça Osório
Tem continuidade aqui
"Hoje em dia não é fácil cumprir o papel de mãe, mas ser mãe de uma criança surda ainda se torna mais difícil. Várias questões e problemas se colocam: Como comunicar com um filho surdo? Como educá-lo? Como será a sua integração no infantário? E no futuro?
Terá as mesmas possibilidades de evoluir positivamente no seu processo de
ensino/aprendizagem? Como acederá ao mundo do trabalho? Estas e muitas outras interrogações são colocadas a todos os pais responsáveis e empenhados em encontrarem a melhor forma de ajudarem a crescer e educarem o seu filho surdo.
Procura-se e experimenta-se todo e qualquer meio para solucionar esse déficit,
vivencia-se diversas formas de reagir, umas mais negativas, outras mais positivas face ao problema, tudo isto tendo em conta, principalmente, o contexto familiar, o meio socio-económico e os recursos educativos existentes na comunidade em que a criança surda se insere. Vários foram e são os caminhos possíveis a percorrer, por exemplo, a procura de ajuda e apoio, a recolha de informação, a intervenção mais precoce possível, o aparelhamento convencional o mais cedo possível, o acesso à Língua Gestual Portuguesa, a sinalização e inscrição da criança na Equipa Coordenadora dos Apoios Educativos e a opção educativa por correntes oralistas e/ou gestualistas.
Actualmente, aquilo que a tecnociência oferece para tentar ultrapassar uma surdez profunda é, precisamente, a técnica do Implante Coclear, outra possibilidade, uma outra opção que se poderá fazer. A resposta à questão –Será o Implante Coclear a melhor forma de superar a surdez profunda? – não tem uma resposta bivalente.
No caso da Maria Manuel a resposta será afirmativa, embora com algumas reservas ainda, devido quer à sua idade, quer ao tempo que decorreu desde o implante. Mas conhece-se e ouve-se falar de casos de implantados com maior ou menor sucesso ou fracasso.
A questão colocada é ambígua e não deixará de ser uma interrogação, pelo menos até haver mais estudos e investigações que avaliem e comprovem a eficácia desta técnica nas crianças surdas pré-locutórias, ou até a ciência nos oferecer novos avanços e sucessos nesta área.
Por um lado, não foi muito fácil tomar a decisão de sujeitar a Maria Manuel ao implante coclear, mas, por outro lado, tínhamos consciência que deveríamos
arriscar. E ainda bem que o fizemos!
Espero que este artigo permita, de alguma forma, ajudar outros pais (ouvintes) de crianças surdas e demonstrar à comunidade surda que o implante coclear não é nenhuma ameaça à sua cultura uma vez que a criança ou o adulto implantado não deixa nunca de ser surdo."
Terá as mesmas possibilidades de evoluir positivamente no seu processo de
ensino/aprendizagem? Como acederá ao mundo do trabalho? Estas e muitas outras interrogações são colocadas a todos os pais responsáveis e empenhados em encontrarem a melhor forma de ajudarem a crescer e educarem o seu filho surdo.
Procura-se e experimenta-se todo e qualquer meio para solucionar esse déficit,
vivencia-se diversas formas de reagir, umas mais negativas, outras mais positivas face ao problema, tudo isto tendo em conta, principalmente, o contexto familiar, o meio socio-económico e os recursos educativos existentes na comunidade em que a criança surda se insere. Vários foram e são os caminhos possíveis a percorrer, por exemplo, a procura de ajuda e apoio, a recolha de informação, a intervenção mais precoce possível, o aparelhamento convencional o mais cedo possível, o acesso à Língua Gestual Portuguesa, a sinalização e inscrição da criança na Equipa Coordenadora dos Apoios Educativos e a opção educativa por correntes oralistas e/ou gestualistas.
Actualmente, aquilo que a tecnociência oferece para tentar ultrapassar uma surdez profunda é, precisamente, a técnica do Implante Coclear, outra possibilidade, uma outra opção que se poderá fazer. A resposta à questão –Será o Implante Coclear a melhor forma de superar a surdez profunda? – não tem uma resposta bivalente.
No caso da Maria Manuel a resposta será afirmativa, embora com algumas reservas ainda, devido quer à sua idade, quer ao tempo que decorreu desde o implante. Mas conhece-se e ouve-se falar de casos de implantados com maior ou menor sucesso ou fracasso.
A questão colocada é ambígua e não deixará de ser uma interrogação, pelo menos até haver mais estudos e investigações que avaliem e comprovem a eficácia desta técnica nas crianças surdas pré-locutórias, ou até a ciência nos oferecer novos avanços e sucessos nesta área.
Por um lado, não foi muito fácil tomar a decisão de sujeitar a Maria Manuel ao implante coclear, mas, por outro lado, tínhamos consciência que deveríamos
arriscar. E ainda bem que o fizemos!
Espero que este artigo permita, de alguma forma, ajudar outros pais (ouvintes) de crianças surdas e demonstrar à comunidade surda que o implante coclear não é nenhuma ameaça à sua cultura uma vez que a criança ou o adulto implantado não deixa nunca de ser surdo."
Tem continuidade aqui