A equipa do Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Coimbra (CHC) realizou o primeiro implante coclear híbrido em Portugal, uma nova técnica que permite devolver audição aos doentes, independentemente do seu nível de surdez - foi hoje (dia 25) anunciado.
O dia 24 de Novembro marca uma nova etapa da Otorrinolaringolodia portuguesa, protagonizada pela equipa do Serviço de Otorrinolaringologia do CHC. O primeiro doente a beneficiar de um implante coclear híbrido foi uma mulher, de 47 anos. "Era uma paciente com audição nas frequências graves, pelo que não era candidata ao implante clássico, mas que não tinha qualquer qualidade de vida, porque a prótese que possuía era manifestamente insuficiente", conta o médico Carlos Ribeiro.
"Quando a surdez atinge uma determinada dimensão em que as próteses já não conseguem ajudar, mas em que há alguma audição, impedindo o implante coclear comum, o implante coclear híbrido, que conjuga estes dois métodos, é a solução que procurávamos", explica o director do Serviço de Otorrinolaringologia do CHC.
O Centro Hospitalar de Coimbra volta, assim, a ser pioneiro em Portugal na área dos implantes cocleares, juntando-se uma vez mais ao pelotão da frente das unidades europeias especializadas na área. "Do ponto de vista emocional, este avanço é uma lufada de ar fresco, porque pela primeira vez em Portugal podemos dizer que, qualquer que seja o problema de surdez, nós podemos ajudar", salienta Carlos Ribeiro.
"Havia um hiato na resposta que a Medicina tinha para oferecer: havia doentes em grande sofrimento, a quem a prótese auditiva dava uma resposta insuficiente para o dia-a-dia, mas que mesmo assim, não podiam submeter-se ao implante coclear convencional, que lhes anularia a audição que já possuíam para as frequências graves. É para estes doentes que surge o novo implante", explica Carlos Ribeiro. De resto, adianta, mesmo que um desses doentes fosse submetido a um implante coclear comum, o que aconteceria era que perderia a audição das frequências graves que já possuía. "Esta perda da frequência grave é significativa. Os sons graves dão harmonia, percepção de ritmo e até conforto", sublinha o mesmo especialista.
Por outro lado, refere, a aplicação do novo método terapêutico, requer um nível de exigência adicional relativamente ao implante convencional. Para além de utilizar a estimulação eléctrica característica de um implante coclear comum, o novo método recorre ainda à estimulação sonora, própria da prótese auditiva. "Este implante torna-se mais exigente na sua realização cirúrgica, necessitando de um elevado nível de especialização da equipa que o realiza", frisa Carlos Ribeiro.
O mesmo grau de exigência é tido em consideração aquando da selecção dos doentes, submetidos a "critérios de selecção muito rigorosos". "Só avançamos se a pessoa tiver surdez profunda nas frequências agudas - as frequências da palavra - e audição nas frequências graves, nunca por outros critérios, por exemplo, de nível estético", explica o director do Serviço de Otorrinolaringologia. Outro dos requisitos é que o nível de surdez tenha já estabilizado. "Não podemos colocar um implante coclear híbrido em pessoas que tenham doenças que nos façam pensar que a surdez será progressiva", salvaguarda Carlos Ribeiro.
Escrito por CP Quarta, 25 Novembro 2009 15:58
Fonte: Jornal Diário Campeão - Portugal.
O dia 24 de Novembro marca uma nova etapa da Otorrinolaringolodia portuguesa, protagonizada pela equipa do Serviço de Otorrinolaringologia do CHC. O primeiro doente a beneficiar de um implante coclear híbrido foi uma mulher, de 47 anos. "Era uma paciente com audição nas frequências graves, pelo que não era candidata ao implante clássico, mas que não tinha qualquer qualidade de vida, porque a prótese que possuía era manifestamente insuficiente", conta o médico Carlos Ribeiro.
"Quando a surdez atinge uma determinada dimensão em que as próteses já não conseguem ajudar, mas em que há alguma audição, impedindo o implante coclear comum, o implante coclear híbrido, que conjuga estes dois métodos, é a solução que procurávamos", explica o director do Serviço de Otorrinolaringologia do CHC.
O Centro Hospitalar de Coimbra volta, assim, a ser pioneiro em Portugal na área dos implantes cocleares, juntando-se uma vez mais ao pelotão da frente das unidades europeias especializadas na área. "Do ponto de vista emocional, este avanço é uma lufada de ar fresco, porque pela primeira vez em Portugal podemos dizer que, qualquer que seja o problema de surdez, nós podemos ajudar", salienta Carlos Ribeiro.
"Havia um hiato na resposta que a Medicina tinha para oferecer: havia doentes em grande sofrimento, a quem a prótese auditiva dava uma resposta insuficiente para o dia-a-dia, mas que mesmo assim, não podiam submeter-se ao implante coclear convencional, que lhes anularia a audição que já possuíam para as frequências graves. É para estes doentes que surge o novo implante", explica Carlos Ribeiro. De resto, adianta, mesmo que um desses doentes fosse submetido a um implante coclear comum, o que aconteceria era que perderia a audição das frequências graves que já possuía. "Esta perda da frequência grave é significativa. Os sons graves dão harmonia, percepção de ritmo e até conforto", sublinha o mesmo especialista.
Por outro lado, refere, a aplicação do novo método terapêutico, requer um nível de exigência adicional relativamente ao implante convencional. Para além de utilizar a estimulação eléctrica característica de um implante coclear comum, o novo método recorre ainda à estimulação sonora, própria da prótese auditiva. "Este implante torna-se mais exigente na sua realização cirúrgica, necessitando de um elevado nível de especialização da equipa que o realiza", frisa Carlos Ribeiro.
O mesmo grau de exigência é tido em consideração aquando da selecção dos doentes, submetidos a "critérios de selecção muito rigorosos". "Só avançamos se a pessoa tiver surdez profunda nas frequências agudas - as frequências da palavra - e audição nas frequências graves, nunca por outros critérios, por exemplo, de nível estético", explica o director do Serviço de Otorrinolaringologia. Outro dos requisitos é que o nível de surdez tenha já estabilizado. "Não podemos colocar um implante coclear híbrido em pessoas que tenham doenças que nos façam pensar que a surdez será progressiva", salvaguarda Carlos Ribeiro.
Escrito por CP Quarta, 25 Novembro 2009 15:58
Fonte: Jornal Diário Campeão - Portugal.