Escrever a minha história, é regressar a um passado onde tudo aconteceu, nasci a ouvir e assim continuou até ao estádio dos dois anos de idade, naquele momento ninguém sabia que estava a perder progressivamente a uma velocidade estonteante em plena fase do desenvolvimento da linguagem.
Quem desconfiou? A minha avó materna, no quarto dormia profundamente, ela deixara cair uma jarra de vidro na cozinha e o quarto situava mesmo ao lado, dada á proximidade do som deveria assustar-me. Não acordei.
A minha avó pensou em aspirar a casa, e como sabem, faz um barulhão, prosseguiu por um tempo, até parar e voltar para dentro da sua consciência “A menina ainda não acordou? Estranho, com este ruído já ficava em pé…” lá resolveu espreitar-me, espreguiçava, não ouvi os passos vindo de trás, quando ela se meteu á minha frente, levei um SUSTO tão grande que me fez chorar e ficar com soluços!
Preocupada, abraçou-me, a limpar lágrimas na face. Conversou com a minha mãe, ela não admitia, não acreditava no que ouvia, segundo as palavras dela “È impossível! Como pode falar perfeitamente se não ouve?”.
Fomos para casa. Brincava no quarto, tão á vontade, uma anormalidade impressionante, tudo estava bem, interagia linguisticamente com os bonequinhos na mão, tagarelava sozinha. Resolveu me chamar: Memorex! Nada. Memorex! Nem uma palavra da minha parte. Inquieta, decidiu espreitar-me, avançou e chamou-me novamente, nada! Ao me virar dei um sobressalto e sorri.
Após uma conversa, resolveram marcar uma consulta de Otorrinolaringologia em Alhos Vedros, o diagnóstico da audiometria foi de tal modo fortuito, deixando os meus pais abalados.
Sofria de uma Surdez Severa de causa não determinada, no esquerdo com 60 decibéis e no direito com 75 decibéis, dando uma previsão de que iria perder progressivamente mais de 30% o que veio confirmar 3 meses depois, com a conclusão final de uma Surdez Profunda acentuada.
Compraram duas próteses auditivas, inseriram-me na terapia de fala enquanto possuía resíduos auditivos no enriquecimento de habilidades cognitivas. Todo o meu percurso escolar foi de ensino regular.
Aos 15 anos descobri a existência de Implantes Cocleares, mostrei-me bastante interessada mas tinha informações destorcidas, mal interpretadas, deixei para segundo plano, tinha uma vida desportiva á minha frente, não quis contudo desperdiçar oportunidades de realizações pessoais como atleta de alta competição.
Assim foi, depois de uma década na alta ronda de competição, e títulos conquistados inimagináveis e prazeirosos! Foi uma lufada de ar fresco para muitas pessoas, é certo a leitura labial mascarou por completo a minha Surdez. (Ainda bem!!)
Levei dois anos a reflectir, pensar se devia ser implantada, derivado á continuação da perda progressiva para os 110 decibéis. Lá fui, deleguei o desporto para segunda opção, fiz exames requisitados: TAC, Audiometria e Ressonância Magnética.
Consideraram-me uma possível candidata ao Implante Coclear em Março de 2007, fui Implantada em Junho de 2007.
Quem desconfiou? A minha avó materna, no quarto dormia profundamente, ela deixara cair uma jarra de vidro na cozinha e o quarto situava mesmo ao lado, dada á proximidade do som deveria assustar-me. Não acordei.
A minha avó pensou em aspirar a casa, e como sabem, faz um barulhão, prosseguiu por um tempo, até parar e voltar para dentro da sua consciência “A menina ainda não acordou? Estranho, com este ruído já ficava em pé…” lá resolveu espreitar-me, espreguiçava, não ouvi os passos vindo de trás, quando ela se meteu á minha frente, levei um SUSTO tão grande que me fez chorar e ficar com soluços!
Preocupada, abraçou-me, a limpar lágrimas na face. Conversou com a minha mãe, ela não admitia, não acreditava no que ouvia, segundo as palavras dela “È impossível! Como pode falar perfeitamente se não ouve?”.
Fomos para casa. Brincava no quarto, tão á vontade, uma anormalidade impressionante, tudo estava bem, interagia linguisticamente com os bonequinhos na mão, tagarelava sozinha. Resolveu me chamar: Memorex! Nada. Memorex! Nem uma palavra da minha parte. Inquieta, decidiu espreitar-me, avançou e chamou-me novamente, nada! Ao me virar dei um sobressalto e sorri.
Após uma conversa, resolveram marcar uma consulta de Otorrinolaringologia em Alhos Vedros, o diagnóstico da audiometria foi de tal modo fortuito, deixando os meus pais abalados.
Sofria de uma Surdez Severa de causa não determinada, no esquerdo com 60 decibéis e no direito com 75 decibéis, dando uma previsão de que iria perder progressivamente mais de 30% o que veio confirmar 3 meses depois, com a conclusão final de uma Surdez Profunda acentuada.
Compraram duas próteses auditivas, inseriram-me na terapia de fala enquanto possuía resíduos auditivos no enriquecimento de habilidades cognitivas. Todo o meu percurso escolar foi de ensino regular.
Aos 15 anos descobri a existência de Implantes Cocleares, mostrei-me bastante interessada mas tinha informações destorcidas, mal interpretadas, deixei para segundo plano, tinha uma vida desportiva á minha frente, não quis contudo desperdiçar oportunidades de realizações pessoais como atleta de alta competição.
Assim foi, depois de uma década na alta ronda de competição, e títulos conquistados inimagináveis e prazeirosos! Foi uma lufada de ar fresco para muitas pessoas, é certo a leitura labial mascarou por completo a minha Surdez. (Ainda bem!!)
Levei dois anos a reflectir, pensar se devia ser implantada, derivado á continuação da perda progressiva para os 110 decibéis. Lá fui, deleguei o desporto para segunda opção, fiz exames requisitados: TAC, Audiometria e Ressonância Magnética.
Consideraram-me uma possível candidata ao Implante Coclear em Março de 2007, fui Implantada em Junho de 2007.